MELANOMA MALIGNO

O câncer de pele é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células anormais da pele, causado por mutações ou defeitos genéticos no DNA, na maioria dos casos decorrente da radiação ultravioleta. O melanoma é um tipo de câncer de pele, derivado de células melanocíticas, mas que pode acometer outros locais do corpo como mucosas e vísceras.

Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). (INCA)

A pele de qualquer parte do corpo pode apresentar o desenvolvimento do melanoma, como palmas das mãos, unhas e sola dos pés. Entretanto, o melanoma é mais comum no tronco (especialmente nos homens), nas pernas (especialmente nas mulheres), no pescoço e no rosto.Melanomas também podem se formar em outras partes do corpo, como olhos, boca, órgãos genitais e região anal; mas estes são muito menos frequentes.

Em 70% dos casos o melanoma começa como uma espécie de pinta ou mancha sobre uma pele normal, mais frequente nas partes do corpo que ficam expostas ao sol. E 30% dos casos têm origem de nevo (pinta) pré-existente.

O QUE AUMENTA O RISCO DE DESENVOLVER MELANOMA?

– Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioletas – UV), principalmente na infância e adolescência.

– Número de queimaduras solares ao longo da vida.

– Ter muitos nevos (pintas).

– Exposição a câmeras de bronzeamento artificial.

– Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.

– Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.

– Imunidade enfraquecida (pessoas que utilizam medicações que diminuem imunidade, pacientes transplantados).

SINAIS E SINTOMAS:

A manifestação da doença na pele saudável se dá após o aparecimento de uma pinta, geralmente escura com bordas irregulares que pode apresentar coceira e descamação. Em casos de uma lesão pigmentada pré-existente ocorre aumento no tamanho, alteração na coloração e na forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares.

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. 

Uma regra adotada internacionalmente é a do “ABCDE” que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma, as características são:

  • Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra;
  • Bordas irregulares: contorno mal definido;
  • Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);
  • Diâmetro: maior que 6 milímetros;
  • Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).

No caso de qualquer uma dessas alterações nas manchas do corpo a busca pela análise médica é importante.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:

               O diagnóstico do melanoma cutâneo continua a ser baseado no exame clínico através da inspeção visual. Examina-se toda a pele e mucosas, valorizando sempre a história do paciente quando relata mudança de cor, forma ou tamanho da lesão pigmentada nos últimos meses.

               Para auxílio no diagnóstico clínico temos a técnica da microscopia de superfície (dermatoscopia, microscopia por epiluminescência), que consiste num sistema de lentes de aumento que auxilia na diferenciação entre lesões melanocíticas (pintas que podem evoluir para melanoma) e não melanocíticas e no segundo momento entre lesões benignas, suspeitas e malignas.

               Se existir suspeita de melanoma a pinta é retirada por completo e encaminhada ao laboratório para que o patologista consiga afiimar se realmente estamos diante de um câncer de pele tipo melanoma e suas várias características que irão influenciar no tratamento do paciente.

TRATAMENTO

               Após retirada da lesão e análise da peça pelo especialista é emitido laudo com várias características sobre a lesão que vão influenciar no tipo de tratamento a ser realizado.

               Além da retirada da lesão, são investigado os linfonodos (as conhecidas ínguas), realizados exames de imagem como ressonância magnética e tomografia em outros locais para um laudo final que chamamos de Estágio da doença. O tratamento escolhido vai depender do Estágio da doença e de outros fatores relacionados ao paciente em questão.

               O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia.

SEGUIMENTO

               O seguimento dos pacientes com melanoma depende do estágio da doença. O principal objetivo é evitar recorrências, pois a incidência de um segundo melanomaé aumentada nos sobreviventes, com um risco cumulativo de 2-5%, num período de 5-20 anos após o diagnóstico inicial. (BELDA JUNIOR, W.; CHIACCHIO DI, N.; CRIADO, P.R. – TRATADO DERMATOLOGIA, 2ªed.)

VALE LER:

–  Cuidar exposição ao sol sem proteção, principalmente das crianças. Adultos evitar ao máximo as queimaduras solares pois aumentam a chance de desenvolver câncer de pele. O fator de risco mais importante é a exposição a Radiação Ultravioleta, presente nos raios solares e nas unidade de bronzeamento artificial.

– revisar todas as pintas do corpo com médico especialista e se necessário retornos mais frequentes. A genética, a cor da pele e o número de pintas também influem, sendo mais afetadas as pessoas de pele clara e que não se bronzeiam com facilidade, que têm cabelos loiros ou ruivos e olhos claros.

– alguma mancha de pele nova  ou que mudou em cor, tamanho, sensibilidade deve ser investigada.

– diagnóstico precoce é essencial

– O tratamento de poucos cânceres evoluiu tanto e tão rapidamente como o do melanoma.

Não esquece que a PELE é o maior órgão do corpo humano. Você tem cuidado dela como merece?

Dra. Tallita Perassoli – CRM 38058

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