ACNE TEM SOLUÇÃO, SIM! MAS VOCÊ SABE EXATAMENTE A CAUSA E O MELHOR TIPO DE TRATAMENTO?

Dra_Tallita_Acne

Por Dra. Tallita Perasolli

Médica Pós-graduada em Dermatologia.

É grande o número de pessoas que me procuram em busca de uma solução para as famosas acnes. Homens e mulheres, jovens e adultos, a acne é algo que incomoda, e muito, a vida destes pacientes. Com toda razão!

Em alguns casos, a doença afeta diretamente a autoestima da pessoa, que deixa de ter vontade de sair de casa por ter vergonha de se expor com o rosto cheio de “bolinhas vermelhas e inflamadas”. E aí vem o meu alerta, em especial aos pais que tem adolescentes que se “escondem” em casa por ter vergonha da aparência: às vezes esta timidez toda pode já ser uma depressão, algo muito delicado e perigoso. Por isso, eu pergunto: se a causa de tamanha tristeza são as espinhas, porque não resolver o problema? Poderia listar aqui um número grande de pessoas que mudaram de vida depois de tratar a acne.

Mas, antes de iniciar algum tratamento, eu gosto de explicar que precisamos descobrir o que causa a acne. Sabe por quê? O que poucos sabem é que tratar o problema em si é simples, mas, se não identificarmos o que causa ele nós não iremos resolver 100% a situação, e, com toda certeza, a acne irá voltar. Por isso, reservo um tempo maior para a primeira consulta. Preciso conhecer bem o meu paciente, o histórico da doença, os hábitos e os produtos que costuma utilizar, para juntos buscarmos identificar a possível causa.

Feito isso, avalio a pele para diagnosticar o tipo de acne. Diferente do que muitos pensam, nem toda acne é igual. Há uma classificação de acordo com a sua gravidade. Vamos descobrir juntos qual é o grau da sua acne?

GRAU 1

ACNE_GRAU_1

Caracterizado pela fase onde surgem os cravos, que podem ser abertos (bolinhas brancas) ou fechados (pontinhos pretos). Sem lesões inflamatórias (espinhas).

GRAU 2

ACNE_GRAU_2

Além da presença de cravos, há também espinhas com pequenas lesões e pontos amarelos de pus.

GRAU 3

A pele apresenta cravos, espinhas pequenas e lesões maiores, mais profundas, dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas (cistos).

GRAU 4

Caracterizada por cravo, espinhas pequenas e grandes lesões císticas, múltiplos abscessos interconectados e cicatrizes irregulares resultando e deformidade da área afetada (acne conglobata).

Prontinho. Depois que eu tenho identificado a causa do problema e o grau de gravidade da acne, estou apta a indicar o melhor tipo de tratamento ao paciente, de maneira personalizada. Como falei lá no início do texto, precisamos olhar de maneira global ao paciente se quisermos realmente entregar um resultado eficaz. De nada adianta eu receitar um tratamento que irá tratar a acne hoje, mas que futuramente não impedirá o retorno do problema.

FIQUE LONGE DO SOL

Eu sei, muitas pessoas falam que o sol seca espinhas! Mas acreditem, isto é uma grande mentira. Pelo contrário: o calor estimula a produção das glândulas sebáceas, deixando a pele mais oleosa, ou seja, tomar sol não ajuda na melhora da acne e ainda pode manchar a região da lesão. Por isso, pessoas com pele oleosa ou acneica, devem se expor ao sol de forma leve e saber escolher um protetor solar específico para o seu tipo de pele, que seja livre de óleo ou com textura em gel. Também é essencial reaplica-lo a cada duas horas, para evitar as machas. Gosto sempre de lembrar aos meus pacientes de que tratar a acne é fácil, difícil é tratar as manchas e lesões que elas causam na pele, e o sol é, em muitos casos, o grande vilão destas cicatrizes.

ACNE PÓS-COVID?

Sim, infelizmente a lista de manifestações pós-covid é extensa e inclui o surgimento de doenças na pele, entre elas a acne.  Isso porque ao contrair o vírus a imunidade é muito exigida. Desse modo, pode acontecer alterações significativas na estrutura e na manifestação de alguma doença preexistente do paciente – ou seja, normalmente ocorre em pessoas que já tem propensão a acne. Por exemplo, um adulto que já passou por tratamentos de acne na adolescência pode precisar enfrentar o problema novamente, no pós-covid.

Outro fator “Pandêmico” que tem contribuído para o surgimento da acne no rosto é o uso frequente de máscara, pois o objeto causa atrito e aumenta a umidade no local, alterando o microambiente da pele. Por isso, a dica é ao chegar em casa, retirar a máscara e lavar o rosto com água e sabonete indicado ao seu tipo de pele. E claro, existem ainda alguns produtos que podemos indicar para amenizar o problema enquanto ainda precisamos das máscaras.

Compartilhe esta publicação

Outras publicações